Reino da Quinta Velha
Palácio Duque de Sena
Escritório do Rei
Poucas são as micronações que ultrapassam o limiar do primeiro aniversário de sua fundação. Menos ainda são aquelas que conseguem alcançar o segundo ano. Raras são aquelas que chegam ao quinto ano e conta-se nos dedos as micronações que ultrapassam os dez anos de História.
No entanto, há aquelas que alcançam uma longevidade ímpar, talvez única no micronacionalismo brasileiro, mas que não tem nada do que se orgulhar. Orgulham-se, pois, de uma pequena fração de sua História, justamente aquela onde estas micronações alcançaram níveis diferenciados de atividade justamente pela ação de agentes alheios a elas. Não fosse isso, estariam enterradas no vazio de inatividade em que sempre estiveram pelo menos nos últimos 10 anos de sua existência.
Além disso, orgulham-se de coisas que não encontram o atestado da realidade e da verdade. Pois, cumpre-nos trazer um pouco do que é a verdade e mostrar que, mesmo completando nossos já muito honrados cinco anos, temos muito mais a nos orgulhar do que certos projetos espalhados por aí.
Em abril de 2020, parte das micronações derivatistas brasileiras decidiram unir-se para promover suas atividades e criar uma estrutura de cooperação entre elas, visto que sempre foram hostilizadas pelos projetos histórico-modelistas que se viam como bastião do micronacionalismo lusófono - mesmo que nunca tenham levado o micronacionalismo brasileiro a lugar algum. Esse esforço de promoção e cooperação das micronações derivatistas, iniciado com o Tratado de Persenburgo, culminou na fundação e estruturação da Conferência de Santiago, a partir da iniciativa e esforço do Reino da Quinta Velha.
Os projetos lusófonos mobilizaram-se, passando a visão de que tinham fundado um grande grupo coeso de micronações que, vejam só, eram contrários aos esforços das micronações derivatistas brasileiras, uma vez que a “hegemonia” de projetos simulacionistas fora finalmente quebrada.
Os acontecimentos daquele movimentado ano estão escritos na História micronacional brasileira, mas, após tudo aquilo, apenas um lado colheu os frutos do sucesso, e não é difícil enxergar qual foi.
Passados 3 anos desde os acontecimentos em torno da criação do setor brasileiro e do desenrolar das ações de 2020, a maioria dos projetos lusófonos definharam e sua grande maioria sequer tem atividade. Reunião semelhante à de 2020 nunca mais foi realizada e não se houve falar em nada mais daqueles que um dia levantaram-se contra o esforço legítimo de autodeterminação das micronações derivatistas. Aqueles que se diziam aliados, abandonaram suas alianças e, como sempre foi, o micronacionalismo lusófono voltou a falar de crises de atividades, como tem feito nos últimos 15 anos.
Por outro lado, a Conferência de Santiago tornou-se a principal organização micronacional da América, agregando micronações não apenas do Brasil, como também do Canadá e dos Estados Unidos da América. Tornou-se sinônimo de micronacionalismo brasileiro no exterior e de atuação diplomática eficaz e de qualidade. Periodicamente os líderes dos estados-membros da Conferência se revezam na liderança da organização, eleitos democraticamente pelos votos de seus pares. A Conferência de Santiago já teve mais alternância de poder do que a maioria das micronações lusófonas.
Por isso, aproveitando as comemorações e atividades do quinto aniversário da Quinta Velha, cumpre-nos evidenciar onde está, de fato, a atividade micronacional brasileira. Discutir crises de atividade por mais cinco ou dez anos, implorar pelo renascimento de micronações mortas ou trabalhar com projetos vazios é uma questão de escolha. A Quinta Velha orgulha-se de ter dado o pontapé inicial para o estabelecimento daquele que se tornaria o bastião do verdadeiro micronacionalismo brasileiro sem, no entanto, desapegar-se daqueles que iniciaram essa caminhada, que representam o início da História micronacional brasileira e que tiveram seus legados deturpados ao longo do tempo.
Saudamos a todos os micronacionalistas que fazem a Conferência de Santiago, a todos que dividiram as trincheiras na luta pelo estabelecimento do setor brasileiro de micronações e todos os que vieram depois, identificados pelo nosso modo de fazer micronacionalismo. Saudamos aqueles que, diariamente, esforçam-se para colocar o nome do micronacionalismo brasileiro dentre as grandes micronações do mundo, o que sempre fora negligenciado por aqueles que dizem trabalhar pela unidade da lusofonia e pelo micronacionalismo brasileiro.
Neste 5 de novembro de 2023, entoamos em uma só voz:
VIVA A QUINTA VELHA
VIVA A CONFERÊNCIA DE SANTIAGO
VIVA O MICRONACIONALISMO BRASILEIRO!